3.1.12




Curso de Tradução em Gotas III

Nota: Depois de publicada esta gota, encontrei um texto deste blogue, que escrevi em 2005, a respeito de erro grave do corretor gramatical do Microsoft Word e, só então, me toquei do motivo do erro: os tradutores do MS Word não sabem (ou não sabiam até 2005) o que explico no texto abaixo! Aqui está o link do texto: http://translationpoint.blogspot.com/2005/11/gracinhas-da-micromole-troca-de-h-por.html (atentem para a segunda ilustração e reparem no erro de tradução do verbo "to substitute"!) Acho que isso deve explicar a epidemia de "a" no lugar de "há" de que sofre a língua portuguesa nas mãos da imprensa e dos tradutores que não têm lá muitas noções de gramática da língua portuguesa. 




Em primeiro lugar peço desculpas pelo longo intervalo, mas esse negócio de festas de fim de ano acaba interrompendo a rotina e sei que vocês hão de me perdoar.


Preciso eslcarecer também que este curso não tem método nem programação. Vou simplesmente distribuindo em gotas o que aprendi e julgo importante para a formação dos tradutores e que geralmente não se aprende na escola, mas ao longo da estrada profissional. Sou caótica e o curso que estou criando em gotas é tão caótico quanto a criadora. 

Pra começo  de conversa, desejo a vocês todos um 2012 sem crise, porque essa crise já encheu o saco, né mesmo? Muito dinheiro no bolso e saúde pra dar e vender, como dizia a velha canção.

A nossa gotinha de hoje será rápida e rasteira: vou falar de um verbinho cabuloso, que deixa muita gente de cabelo em pé. A vítima de hoje foi a revista Super Interessante, da editora Abril.

Vejam isto:

"Substituir chuchu por cereja pode dar até um ano de detenção e multa de R$ 3 milhões." 
O trecho acima pertence a uma matéria da revista SuperInteressante em que o autor reclama que estão vendendo chuchu no lugar da cereja, e a preço de cereja. (link: http://bit.ly/ysPajE) A certa altura, me aparece a pérola que citei acima, denunciando a tradução feita por quem nem terminou o buquiuân, pois qualquer pessoa que tenha estudado um tiquinho além do buquiuân sabe que o verbo "to substitute" tem regência invertida com relação ao português, ou seja, "substitute chayotte for cherry" em português é "substituir cereja por chuchu", e não "substituir chuchu por cereja". Além do mais, o nosso querido foquinha nem entende o que escreveu, pois se entendesse teria visto que aquela frase não tem sentido no contexto. 

Espero que tenham gostado da gota de hoje, que vai evitar muita confusão. 

O vídeo de hoje? Um ótimo exercício para meus diletos pupilos praticarem o verbo "to substitute": Subtitute, The Who, 1966. Antes do vídeo, aqui vai a letra: 

You think we look pretty good togetherYou think my shoes are made of leather

But I'm a substitute for another guyI look pretty tall but my heels are highThe simple things you see are all complicatedI look pretty young, but I'm just back-dated, yeah

Substitute your lies for factI can see right through your plastic macI look all white, but my dad was blackMy fine looking suit is really made out of sack
I was born with a plastic spoon in my mouthThe north side of my town faced east, and the east was facing southAnd now you dare to look me in the eyeThose crocodile tears are what you cryIt's a genuine problem, you won't tryTo work it out at all you just pass it by, pass it by


Substitute me for himSubstitute my coke for ginSubstitute you for my mumAt least I'll get my washing done


(Copied from MetroLyrics.com)



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31 Comments:

Blogger Ricardo Nakaoka said...

Neste caso, por acaso, seria cabível usar a frase popular "vender gato por lebre"?

10:31  
Blogger JPS said...

Eu até pensei em usar a frase "vender gato por lebre", mas temia que pudesse provocar alguma confusão, porém o Locke Cole está corretíssimo!

11:53  
Blogger Unknown said...

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22:51  
Blogger JPS said...

É, parece que a coisa é pior do que eu imaginava. O sujeito que comentou acima leu o verbete inteiro do dicionário e não entendeu nada. É por isso que há tantas traduções erradas, pois não basta ler, tem de entender o que leu. Vou apagar o comentário e reproduzir aqui o verbete que ele copiou e colou porque sempre apago os comentários feitos por anônimos (o link Erik não leva a lugar nenhum). Se eu mostro a cara e assino embaixo do que escrevo, o mínimo que posso pedir aos leitores é que mostrem a cara também ao comentar. Criticar é fácil, assinar o próprio nome e dar o email para resposta é que é difícil, não é?

Para quem quiser ler o verbete do dicionário e se esforçar para entendê-lo e não falar a besteira que o anônimo escreveu aqui, eis o verbete colado por ele:

1.[TRANSITIVE] to use something new or different instead of what is normally used
• Instead of using silicon, they have substituted a more flexible material.
substitute something for something:
• You can substitute chicken for beef if you don’t like red meat.
• The objective is to substitute real democratic politics for conflict and violence.
2.[TRANSITIVE] to remove one thing and put something else in its place
• She suggested that we take out the word ‘demand’ and substitute ‘request’.
substitute something for something:
• Police investigators substituted Palmer’s bag for a similar one,then followed him to his hideout.
substitute something with something:
Owing to the high insurance costs, the original painting has been substituted with a copy.

23:01  
Blogger Lawrence said...

So 'substituir x por y' is really more like REPLACE x with y (or replace x by y)?

How does it work with 'substituir x com y' or 'substituir-se a'/'substituir-se por'?

02:25  
Blogger JPS said...

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02:48  
Blogger JPS said...

That's a good question, Lawrence!
To substitute X with Y is the real "substituir X por y" in the same order as the English sentence.
So if you have:
I want to substitute X with Y, you translate it "quero substituir X por Y".
But when you have "I want to substitute X for Y", you translate it "quero substituir Y por X".
Is it clear now?
This is a frequent error in translation, and, as you can see in the text from 2005, it has wreaked havoc in the usage of "há" and "a", just because MS Word translators didn't know about this important difference. Can this be called a false friend? ;-)

02:50  
Blogger CSRS said...

Olá, Jussara!

Sou estudante de Tradução e iniciante na área, e sei que ainda tenho muito estrada pela frente, mas creio que mesmo quando já estiver mais a frente e tiver comido muita poeira, ainda assim sempre haverá muito a ser aprendido.

Imaginava que eu já conhecesse o uso do verbo em questão, mas confesso que ao ler o artigo fiquei confusa com dois exemplos.

1) Os dois últimos versos da música do The Who não parecem fazer sentido (na minha interpretação), se não forem traduzidos na ordem direta: "substitua você por minha mãe/ao menos terei minhas roupas lavadas".

2) O verbete transcrito em um dos seus comentários, reprodução de trecho do comentário apagado, item 2, no exemplo "Police investigators substituted Palmer's bag FOR a similar one, then followed him to his hideout" (grifo meu). Parece-me que aqui também faz sentido que se mantenha a ordem direta na tradução para o Português, ou seja, "Investigadores da polícia substituíram a bolsa do Palmer por uma parecida, seguindo-o então até o seu esconderijo."

Resumindo, a regra do uso do verbo "to substitute" me parecia clara até me deparar com esses exemplos (to substitute x for y = substituir y por x). Agora deu nó, rs! Conclusão: prometo fazer o dever de casa e estudar mais, mas gostaria de ler o seu comentário
a respeito.

Finalizando, tenho acompanhado o "Curso" e aproveito para dizer que o que mais admirei foi o seu estilo ao escrever: meio irônico, podendo soar até um pouco agressivo, mas que é engraçado, lá isso é! Ao menos essas foram minhas impressões, será que errei?
Parabéns pela iniciativa!

Carolina Suevo
carolsuevo@hotmail.com

10:12  
Blogger CSRS said...

E.T.: muito = muita. Não era Monteiro Lobato que dizia que somente após publicado é que os erros pulam como sacis na nossa frente? :)

10:15  
Blogger JPS said...

Carolina,

Muito obrigada pela visita e pelo interesse, pois é assim que nascem os grandes tradutores. Um dia eu chego lá!

Existe muita confusão no uso desse verbo, principalmente da parte de estrangeiros na transposição para outros idiomas. A sua pergunta sobre o verbete do dicionário merece uma Gota inteira, que será publicada em breve. Vou trazer aqui as explicações do OED para ver se consigo me fazer entender. Aguarde.

No tocante à música de 1966, aqueles eram outros tempos, quando os filhos não ficavam na casa dos pais depois de adultos, e os versos a que você se refere são o que ele disse mesmo: substituir minha mãe por você. Ele quer que a namorada ocupe o lugar da mãe dele para lavar a roupa, não esqueça que essa música é de 1966! O verso está certo, mas talvez você seja jovem demais para conhecer muitos jovens que tenham saído de casa aos 18 anos e até antes, pois a geração atual fica alugando os país até depois dos 40.
:-)

11:19  
Blogger JPS said...

Carolina,

Monteiro Lobato estava coberto de razão, o Saci é terrível e implacável!

E, no tocante à "agressividade" e ao "humor", você acertou no humor e errou na agressividade. A agressividade está nos olhos de quem a vê. Agir na defensiva por não querer admitir os próprios erros é muito normal e quem me acusa de agressividade está simplesmente se sentindo mal porque comete os erros que eu aponto. Geralmente uso um texto da Rosana Hermann, que não se ofende com bobagens e é humilde para admitir os próprios erros, para mostrar que, enquanto uns me acusam de agressividade, outros agradecem as minhas dicas. Veja aqui: http://noticias.r7.com/blogs/querido-leitor/2011/11/04/a-arte-de-criticar-sem-ofender/

11:23  
Blogger profcarlos said...

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14:17  
Blogger profcarlos said...

Carol: A Jussara - e falo de cadeira, como fã e amigo - tem fogo na venta, graças a Deus. Tem amor pela língua e, mais ainda, amor pelo estranho território não mapeado que leva, como um buraco negro de filme de ficção científica, de uma língua a outra.

Como toda pessoa que ama de verdade, ela defende a língua e o acerto da tradução. Este blogue, para quem não conhece a autora, é só um blogue muito bom, com excelentes dicas (e eu traduzo profissionalmente há mais de duas décadas!). Para quem conhece, é evidentemente um ato de amor, de amor daqueles que dá uma raquetada na cara de quem agride o ser amado. :)

Mas, dito isso, vamos ao "substitute".

Para nós, brasileiros e falantes de línguas latinas em geral, é mais difícil entender o modo como o inglês percebe as palavras. Em inglês, a diferença entre o verbo e o substantivo é essencialmente sintática: verbo é quem age como verbo, e substantivo é quem age como substantivo (e adjetivo é quem age como adjetivo, etc.).

Daí a facilidade do anglófono em dizer coisas como "don't 'dear' me!", qdo se está chateado pq alguém estava chamando de "dear" no lugar de responder. Em português, não faria sentido dizer "não me 'queride'", pq mentalmente percebemos verbos como verbos, substantivos como substantivos, adjetivos como adjetivos, etc.

Nós perceberíamos a ação do outro como "chamar de querido", não "queridar", simplesmente pq não existe "queridar" e substantivo é substantivo, verbo é verbo, e um não vira o outro assim.
[Continua...]
Carlos Ramalhete

14:18  
Blogger profcarlos said...

E como "substitute"? Bão, um "substitute" é um substituto, um substitutivo, algo que é usado no lugar de outro, que toma o lugar de outro. E isso pode ser um adjetivo ("a substitute teacher"), um substantivo ("I'm his substitute") e um verbo ("substitute X for Y").

*Na cabeça do anglófono*, lembro novamente, não há a diferença gigantesca que existe entre o substantivo e o verbo em uma língua latina. Na verdade, há quem diga que muitas das regras do inglês são apenas uma tentativa de fazer com que ele se pareça mais com o latim, que era *a* língua de cultura.

O resultado prático disso é que "substitute X for Y" é percebido como "substitutar", "substitutivar", "novo-ocupantizar": em suma, "[instituir como] substituto". Está muito mais próximo do "don't dear me" que do nosso modo latino de perceber os verbos.

O verbo não tem a autonomia que um verbo tem numa língua latina; ele está muito mais próximo do substantivo, de que ele é percebido como sendo a forma "em ação".

O resultado é que a percepção natural para o anglófono - que percebe os verbos como substantivos com perninhas pra correr de um lado para o outro - é que quem está ali do lado, quem é o objeto mais direto possível ("X", em "substitute X for Y"), vai ser/tornar-se um substituto. Substituto de quem? Aí entra o "for Y".

Com certeza a Jussara vai explicar muito melhor em termos de norma culta como é que a banda toca, mas a percepção de base é essa.

Aliás - e já saindo por uma tangente espantosa - os verbos em inglês são complicados para o falante de língua latina, justamente por serem uma coisa muito mais "frouxa" que nas flores do Lácio.

Verbos em inglês são movimento quase puro, com um sentido que vem quase "a posteriori". Fazer de uma palavra um verbo (pois em inglês o verbo é fundamentalmente sintático!) é como lançá-la, dar-lhe perninhas ou atirá-la pelos ares. O verbo em geral vai ter uma direção (o que faz com que seja naturalíssimo dizer que alguém "walk *down* the street", "write this *up*", etc., o que não faz o menor sentido em português), vai querer se abrir para acolher quaisquer modificadores (o que exige que o falante nativo *aprenda* que a norma culta - latinizante - proíba dizer "to *endlessly* love you"), etc.

A relação do anglófono com o verbo é totalmente diferente da do falante de uma língua latina.

O caso do "substitute" é só mais um exemplo: fica muito mais fácil entender qdo se o percebe como significando "[instalar/usar como] substituto", qdo se vê o substantivo "substitute" que continua escondido ali.

[Continua...]
Carlos Ramalhete

14:19  
Blogger profcarlos said...

O exemplo da bolsa do Palmer me soa bizarro; sem contexto, eu o leria como significando que a bolsa do Palmer foi posta no lugar de uma semelhante.

Mas é outro caso que permite - na sua feiúra e desvio da norma culta... - entender mais um pouco de como a frase é montada mentalmente. Eu chutaria que a compreensão desta frase se tornaria possível pelo contexto, e que como a bolsa do Palmer era o que estava na cabeça do escritor em primeiro lugar, ele usou o verbo não como "[instalar como] substituto", mas como "[operar uma] substituição".

Basicamente, ele confundiu o substantivo "substituto" com o substantivo "substituição" na hora de "fazer" o verbo. Não duvido nada que ele tenha escrito "substitution Palmer's bag" e depois "corrigido" meia-boca.

Pode até ser que isto seja gramaticalmente aceitável e algum manual de estilo ou dicionário (parece que se trata de um verbete copiado de algum dicionário, não?) corrobore este uso, mas eu nunca o vi. Dei uma olhadinha de leve nuns dicionários aqui e não o encontrei.

Acho que dá pra entender como o cara chegou lá, mas não dá pra dizer que ele esteja falando com precisão, usando bem a norma culta, etc. Muito pelo contrário, aliás.

Resumindo: no meu jeito de entender as línguas e o trânsito do conteúdo de uma para a outra, o que me parece mais importante não é "entender a regra", sim entender como o falante nativo percebe os elementos daquele raciocínio expresso verbalmente.

Se não se o faz, algo (lógica e) gramaticalmente errado mas que decorre de um uso natural da língua pode acabar sendo percebido como uma regra incompreensível, o que me parece ser o caso. Afinal, se se tomasse o .1 e o .2 como normal culta e regra de interpretação, X e Y seriam sempre intercambiáveis; nunca se saberia quem substitui quem.

Só pra descontrair: minha filha adolescente estava lendo piadinhas no facebook. Uma delas dizia "é a Mônica ou o Cebolinha que fala errado?", ao que se espera que a pessoa responda "o Cebolinha"; Daí se diz "não, é a Mônica; o Cebolinha fala 'elado'".

Se a gente fica preso demais à norma culta *na compreensão do escrito*, corre o risco de achar que a piada não é só ruim, mas não faz sentido: afinal, o Cebolinha fala "erradamente". :D

[]s,

Carlos Ramalhete

14:20  
Blogger CSRS said...

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13:47  
Blogger CSRS said...

Jussara e Carlos, obrigada pelos esclarecimentos.

Jussara, você acertou quanto à minha data de nascimento (final dos anos 70). De fato isso faz toda a diferença ao interpretar a letra. ;)

No que diz respeito à agressividade, sua delicadeza na resposta já foi mais do que suficiente para demonstrar que eu estava errada nas minhas impressões. Eu bem sei que ir direto ao ponto pode ser mal interpretado, pois também não sou de fazer rodeios. Diga-se de passagem, o que você escreveu vai ao encontro de algo que li recentemente sobre a diferença entre dano e ofensa. Não se pode considerar a vítima de uma agressão física cúmplice da agressão sofrida, mas para que haja ofensa faz-se necessária a ação do ofensor e do ofendido, posto que se o ofendido não aceita a ofensa/não se sente ofendido, então não há que se falar em ofensa. Ou seja, na análise do autor (Lou Marinoff), o ofendido é cúmplice necessário na ofensa, haja vista que é preciso tomar a "ofensa" como tal para que ela exista. Será que me fiz entender? Enfim, trata-se de assunto complexo que mereceria longo debate, especialmente se olhado sob a ótica do Direito, mas concordando ou não com a tese, a colocação me parece interessante.

Carlos, eu entendo que o exemplo mencionado poderia retratar o uso da língua em desrespeito à norma culta, o que talvez se fizesse óbvio se conhecêssemos o contexto. O que me causa estranheza e confusão é o fato de se tratar, em tese, de exemplo de uso do verbo substitute constante em um verbete de dicionário! Ao invés de esclarecer, o dicionário embolou o meu meio de campo!

No tocante às suas explicações sobre os verbos anglófonos em geral, deu para perceber que a Jussara não é a única amante da língua. :)

13:48  
Blogger Valéria Garcia said...

O que mais detesto no Word, Powerpoint e outros produtos Microsoft é que, enquanto estou digitando, o corretor substitui a primeira letra dos dias da semana e dos meses para maiúscula, porque em inglês esses termos são escritos assim.

18:03  
Blogger JPS said...

Valéria, isso você pode alterar na configuração do Word. Se o seu for o Word 2010:

Arquivo / Opções / Revisão de Texto / Opções de AutoCorreção - Desmarcar "Colocar nomes dos dias em maiúsculas" e pronto!

Se o seu for alguma versão anterior, acho que o jeito vai ser perguntar por aí, pois não me lembro mais, porém acho que você cosegue encontrar na "Ajuda".


Descobri que uso o Word há quase 25 anos. Será que tá valendo uma festa de bodas de prata? ha ha ha

18:44  
Blogger Daniel Zandonadi said...

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19:22  
Blogger Daniel Zandonadi said...

Pertinentíssimo conteúdo exposto na publicação e nos comentários. Maravilha pura! Obrigado pelas explicações e pela dedicação em fazê-lo. Nota bene que agradeço em nome de todos os amantes das línguas em questão e dos que trabalham com elas, sejam tradutores, professores ou mesmo leitores e escritores dedicados.

Muito bom os comentários — e a ênfase neles — do Prof. Carlos acerca da característica fundamentalmente sintática do inglês. As línguas latinas (com alguma reserva, o francês) realmente são mais morfológicas que sintáticas. É essa característica que nos permite cantar: "Ouviram do Ipiranga as margens plácidas (...)".

Não que deixemos a sintaxe de lado. É ela que nos permite diferenciar semanticamente "nuvens brancas" de "brancas nuvens", ou "um carro novo" de "um novo carro". A nossa sintaxe é, sim, calcada em outras ferramentas e, desse modo, anglófonos e lusófonos traçam arcos diferentes para desenhar coisas semelhantes.

No mais, um abraço a todos e um grandão para a Jussara ;^)

19:24  
Blogger Daniel Zandonadi said...

E — reconheço — peço-lhes perdão pelos sacis :^P

19:25  
Blogger JPS said...

Daniel, Saci é a mosca na sopa dos melhores escritores! ;-)

19:34  
Blogger Daniel Zandonadi said...

Além de tudo, fico pensando no estrago que uma má tradução de "substitute" pode fazer numa tradução técnica...

Estava assistindo a um documentário sobre usinas geotérmicas nos EUA e no Canadá. Falava-se sobre a dificuldade de mantê-las operantes porque a energia gerada não é lá essas coisas com a tecnologia disponível atualmente e tal, e que algumas usinas acabam fechando as portas ou sendo vendidas.

Uma delas teve de ser vendida por causa da grande dívida que acumularam. Uma das turbinas dessa usina estragou. Era uma peça japonesa e eles não conseguiram consertar a turbina porque o manual foi mal traduzido para o inglês, causando à usina um prejuízo de US$ 50 mil por dia. É o resultado por ser mão-de-vaca na hora de pagar uma boa tradução.

Imagina o desastre de um erro de "substitute" num manual de um guindaste, de um reator nuclear...

19:43  
Blogger JPS said...

É, Daniel, existem textos que podem matar, quando entregues às mãos erradas.

Agora, em casos que não matam, nem precisa ir muito longe, caso você tenha visto a calamidade pública que a Microsoft provocou com aquele erro na tradução de substitute no Word. Nem sei se ainda é reparável, pois o número de pessoas que trocam o há pelo a é incalculável!

21:33  
Blogger Ana said...

Jussara,

Continue com as gotas de conhecimento. Os fãs agradecem :)

Abs,
Ana Paula

16:12  
Blogger profcarlos said...

Carol:
Taí outro cuidado que a gente deve ter. Não sei qual é o dicionário que foi citado, mas não podemos esquecer que dicionário não é gramática normativa nem manual de estilo. Dicionário serve para ajudar a entender, não para esclarecer como se deve escrever. É esta confusão que faz com que muita gente fique reclamando da presença de termos ofensivos ("judiação", "coisa preta", etc.) no dicionário, tomando-o por manual de estilo. Se um erro gramatical é relativamente previsível e, portanto, aparece com alguma frequência, um bom dicionário pode apresentá-lo. Um excelente dicionário vai marcá-lo de alguma maneira ("vulgaridade", etc.), mas o importante é entender qual é o papel do dicionário, ter sempre em mente que ele é voltado à compreensão, não à produção de texto.

12:08  
Blogger profcarlos said...

Daiel: excelente exemplo. Qdo eu dou aulas de inglês, eu sempre mando que os alunos achem o sujeito do "virundu" na primeira aula ("quem 'ouviram'?"). Se eu ganhasse um real por cada vez que ouvi "sujeito oculto", aliás, estaria rico. :)
Depois eu boto a frase em ordem direta e a partir daí explico a sintaxe inglesa.

12:13  
Blogger Maísa Intelisano said...

Jussara, obrigada por, diferentemente de outros tradutores experientes, se disponibilizar para ajudar os iniciantes e menos experientes, sem empáfia, arrogância e com muito jeito. em meio a tantas agressões gratuitas que tenho recebido de tradutores antigos por ser novata, sua iniciativa é um alento. Abraço.

16:09  
Blogger JPS said...

Prof. Carlos, eu me esqueci de copiar o nome do dicionário quando copiei do falecido comentário do falecido anônimo: McMillan. Não tenho esse dicionário, mas achei o exemplo deles extremamente infeliz, porque, em vez de esclarecer, complica ainda mais.

16:27  
Blogger JPS said...

Maísa, vou continuar enquanto me for possível, prometo, porque me alegra muito poder contar o que aprendi. Volte sempre!

16:29  

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